Plant

abril 18, 2020

Lendo Plant, a biografia do Robert. Até voltei a ouvir Led Zeppelin, nunca deixei de gostar e me pergunto onde está a playlist “Lééééd” que montei com algum carinho há uns anos. Está aqui, neste computador. Fiquei mais esperto depois brigar com o i-tunes e, antes da era spotify, tive o cuidado de salvar fisicamente algumas playlists que eu gostava mais, além das estruturas básicas dos nossos tempos de DJ. De modo que posso ouvir “Lééééd” quando quiser, mas nunca mais ouço, porque a vida é apenas spotifiy e não tive a pachorra de reproduzir no spotify as playlists de outrora.

Mas não é isso. Nem é nada mesmo.

Bem, Plant então, com as histórias e os álbuns e ouvi vários de novo, todos os primeiros, e achei melhor do que já achei no passado. Álbuns dignos, divertidos e rock´n´n´roll. E porque no passado eu gostava com ressalvas? Porque nossa matriz veio depois. Na verdade já estava lá (com o Velvet), mas é o punk e muito do que veio pós-76 que vai nos unir e nos abençoar. Não era de bom tom gostar de Led ali na minha turma no início dos 90. Então eu ouvia vez ou outra.

Fazendo um parêntesis da biografia, os punks de Londres eram particularmente  nojentos com o Led e o Robert Plant magoou. Mas o texto contextualiza bem. Valia nada aqueles punks de lá, a Rainha comemorou seu aniversário, todo mundo só pensava em discoteca, a vida seguiu e o Led não estava nem aí para Johnny Rotten, a preocupação deles era o com o Pink Floyd, que lançava álbuns melhores e de maior sucesso no final dos anos 70, e, logo depois, com a nova geração do heavy metal, que também nasce na Inglaterra e amealha exatamente o público do deles.

Mas se toda a sequência de primeiros álbuns é extraordinária, logo em 76, ano em que os Ramones surgem, eles lançam um disco chato que, quando ouvi, pensei, “que chato”.  Vou mostrar para vocês. É o “Presence”.

Essa por exemplo é aquela proverbial música de mais de 10 minutos de duração com uns “ôôôôô”, “áááá”, guitarra manjada.

Mas não vou por outras não. São apenas sem graça e pernósticas, em um ano em que muita coisa acontece e acontece esse álbum que nós gostamos muito e dá o recado em dois minutos:

Essa é a primeira do lado A, que vem seguida por Beat On The Brat e Judy Is A Punk, difícil escolher a melhor, todas com menos de 3 minutos. Putz, como eu gosto de Ramones.

Perdidoaquinessedomingodequarentena, visitei a categoria vida sem cigarro, por quê?

Por quê?

Bem, lá encontrei um video bem bacana de um post do Ricardo, da Princess Chelsea. De 2012. Vivos? Estão. Lançaram um álbum há uns dois anos. Com músicas fofas. Essa aqui, por exemplo:

Com clipe, tem essa, é que é meio aquela bad trip narciso. Já vi antes, mas não consegui lembrar. Mas também fofa e bacana, embora essas coisas de boyfriend e coisa e tal:

Lá na Allmusic sou informado que a Princess Chelsea é um projeto paralelo da Chelsea Nikkel, que é da Nova Zelândia. Quantas pessoa contaminadas na Nova Zelândia, me pergunto, enquanto vou seguindo. Ela tem uma banda lá, pouco conhecida, mas anda com a The Brunettes. Que, quando pesquiso, descubro que é tão obscura quanto e, inclusive, nem lança mais nada. Mas tem entre suas influências logo quem? Nosso grievous angel, que anda frequentando o blog, só porque eu gosto. Isso disse o texto, eu ouvi e ouvi e, putz, tem que ser muito criativo para encontrar a referência. Tipo assim, foram influênciados pelo Gram Parsons na medida em que ele era um ser humano e The Brunettes também. Com vocês, The Brunettes,

 

 

Você notem que nenhum video é bacana igual ao post original do Ricardo, que era o Som na caixa 43, em que número estamos? e, pensando bem, este foi mais um texto aleatório e pueril, duvido que a Chelsea ou o The Brunettes ganhem novos fãs (ou haters), nem mesmo sabemos o sentido disso tudo, é domingo, estamos presos em casa há quantos dias?

É quarentena e estou lendo “Como a música ficou grátis”. Olha a sinopse, que ótima:

Em Como a música ficou grátis, o jornalista Stephen Witt investiga a fundo a história secreta da pirataria de músicas na internet, partindo dos engenheiros alemães criadores do mp3, passando por uma fábrica de CDs na Carolina do Norte da qual um funcionário chamado Dell Glover vazou cerca de dois mil álbuns ao longo de uma década e também pelo centro de Manhattan, onde o executivo Doug Morris dominou o mercado mundial do rap, e depois se aprofundando pelos redutos mais obscuros da web até um site ilegal quatro vezes maior que a loja do iTunes.

Acho que já estou no meio. Ainda não cheguei ao Napster, será que vai ter Napster nesse livro? Sweet memories, 20 minutos para baixar “Exagerado” no moden recentemente upado para 56000 bps, aquela percepção vaga de que uma coisa importante estava acontecendo na minha frente, que o mundo não seria mais o mesmo mundo, não para nós. Nós que não vivemos sem música. Música que até então só era de graça no rádio.

Mas ainda estou lendo e um longo capítulo é a história desse Doug Morris, um executivo de grandes gravadoras (neste momento do livro, presidente da Warner), e a narrativa ainda não ligou os pontos para eu entender qual a relação dele com a história da pirataria. Ele é um cara que fez milhões com o trio Snoop Dog, Dr. Dre e Tupac, ali no início dos anos 90. Um trecho:

“Em 1995, uma parte significativa dos dividendos das ações da Time Warner – pagos a aristocratas republicanos com papadas enormes e ternos caros – era financiada por uma máfia de valentões negros que cantavam sobre matar prostitutas e vender crack.”

E tudo então para chegar que li o capítulo e pensei por onde andaria Snoop Dogg, que eu gostava. Vivo ainda. Dois momentos:

Escutei o disco inteiro de novo, que beleza que é! Doggystyle, de 1993.

E aqui, deste ano, bem bacana:

 

E isso. Depois conto a intrincada aventura dos engenheiros alemães.

Três noites em 89.

dezembro 21, 2019

Esta é a janela do banheiro masculino do Teatro Francisco Nunes, aquele do Parque Municipal.

ja

Fico imaginando, o teatro passou por reforma, não deve ser a mesma janela de 1989, quando meus amigos se espremeram para penetrar uma sequência épica de shows. Se bem que, há 30 anos, todo mundo era bem mais magro.

Fui ao Teatro Francisco Nunes domingo passado, passei pelo banheiro e veio meio que aquele flashback. Três dias de apresentações, duas por noite. Madrugada passada o Ricardo me ajudou a lembrar os sets: Gueto+Fellini, Sexo Explícito+Defalla, Ira+último Número.

Do Gueto, borboleta psicodélica, um clássico, e G.U.E.T.O, outro. Não me lembro de mais nada. Não tinha o disco, alguém tinha? Mas era tipo uma pegada suingada, mais pesada, bem antenada eu avalio hoje. Na rede encontrei vídeo de 88, com convidados da Mafia, outra banda da época. Borboleta psicodélica, clássica, lá pelos 9 minutos, nós vimos.

Fellini era banda de gente inteligente. O Ricardo tem os três discos. Será que tem mais?Na madrugada que antecedeu este post tentei lembrar qual era a música que eu gostava muito. Lembrei agora, enquanto teclava, mas não tem clipe da época nem nada. Ou será que isso é tipo um clipe? Nem sei se tocou no show, na verdade não me lembro bem do show. O disco é de 89, pode ter tocado. Mas é essa música:

Mas tem também Rock Europeu, que é muito melhor, está em um post do Ricardo de 2013, ouça aqui. Ou volte diretamente à noite, achei um vídeo do show, se isso não é uma raridade, não sei o que é. Postado pelo thomas papon em pessoa:

Ricardo me viu na noite do show do Ira. Éramos calouros na Fafich, mas não nos conhecíamos direito. Ele conta a história melhor que eu. Também temos um vídeo da noite:

Gente, foi preciso ver o vídeo para eu lembrar que o Bob Faria era do Último Número.

Enfim, eu não precisei me espremer pela janela. Era um jovem e entusiasmado estudante de jornalismo, andava com uma turma ligada nas parada e, munido de cara-de-pau e um crachá do Marco (acho que não tinha crachá, devo estar inventando isso) fiz a “cobertura” do evento (eu nem fazia jornalismo na Puc). Eu e o André não apenas entrevistamos o Nasi como conseguimos por o nome na lista. Entrei pelos bastidores, cheguei na plateia diretamente pelo palco. Mas amigos queridos efetivamente se espremeram pela janela. Quem?

E fiquei nessa lereia, mas Talvez a melhor noite tenha sido com o Sexo Explícito, que era minha banda predileta, e o Defalla, que eu gosto, mas não dá para saber qual Defalla esteve em BH, uma banda com fases muito diferentes. Quero dizer. Não me lembro. Quem?

De volta à lama

setembro 28, 2019

Rudolf, nosso colega de blog, compartilhou outro dia essa extraordinária notícia de que teremos lama cenográfica no Rock in Rio (além de uma “rota sensorial?”). Então, eu que estive lá, em 1985, conto neste post, bem antigo, como era bom pisar na lama e tomar Malt 90.

 

 

Pérolas aos Pops 22

junho 1, 2019

Legião Urbana, Fábrica, 1986. O tempo passa.

Los Hermanos, Sentimental, 2001. O tempo voa.

Sons de Saturno, A Sala, 2017.  E a poupança Bamerindus nem existe mais.

Nada, tudo, algo a ver.

Pérolas aos Pops 21

maio 25, 2019

Enquanto a classe mérdia discute se as armas devem ou não ser liberadas, na periferia elas já são, e há tempos. Sei lá como, topei com estes sons, hoje.

Sabotage, vítima de arma de fogo antes de completar 30 anos, aqui em “Mun’Ra”.

Edi Rock, com participação de Seu Jorge, em “That’s My Way”, entabula um jeito classudo de tentar entender a vida na periferia.

Mas boa mesmo é esta porrada, Pavilhão 9, “Chacina”, com auxílio luxuoso de João Gordo, que confere uma graça ao refrão da música, mas não é essencial.

Pérolas aos Pops 20

maio 11, 2019

Feliz ano novo, amigos! Acabei de perceber que terminei 2018 dando pinta de que ia postar logo na aurora de 2019 e vejam só: hoje é dia 11 de maio. Acabei de perceber também, lendo o primeiro post do ano, que agora é bom seguir técnicas de SEO, colocar uns negritos e outras coisas que eu nem sei bem o quê. Acho que finalmente vamos ter outros leitores além do Tonhão e de uma ou duas pessoas malucas e perdidas que apareceram por aqui lá por 2009 ou coisa parecida (já não lembro mais da história e nem sei como recuperar).

O que eu não entendo nessa história de negrito é que eu acho que tudo que eu escrevo é importante. Então, por que destacar só uma coisa ou outra?

Menos, rapaz… Voltemos à música. Na sequência do post anterior, vou indicar uma novidade pra 2019. Uns meninos novos aí, meio gays, na contramão da tendência governamental e comportamental atual, que perigo. É uma nova onda, psicodelia, já ouviram falar?

Ave Sangria. De 1974, Geórgia, a Carniceira, minha favorita deles, que porrada maravilhosa. Ouve só: “Geórgia / A carniceira dos pântanos frios / Das noites do Deus Satã / Jogando boliche com as cabeças / Das moças mortas de cio / No levantar das manhãs de abril / Solar… yeah”. Mas que coisa linda! De verdade.

Ainda de 1974, Seu Waldir, talvez a música mais viada já feita no Brasil: “Eu trago dentro do peito / Um coração apaixonado / Batendo pelo senhor / O senhor tem que dar um jeito / Se não eu vou cometer um suicídio / Nos dentes de um ofídio vou morrer”. E com esse título esquisito, nada sexy. Alguém imaginaria uma música hétero pra dona Maria, por exemplo?

Pra fechar a trinca, O Poeta. De 2019! Viram só como é mesmo tendência para o novo ano? O segundo disco do Ave Sangria saiu só 45 anos depois do primeiro. Até 2064 sai o terceiro. Um teco (gostei da palavra) da letra: “O poeta suicidou-se de repente /
Deu um teco na ideia e já estava demente / Quando anunciou: / Não te iludas mais, criança / Antes que tenhas tempo pra correr / Já estarás na pança de um aparelho de TV /
Tudo está perdido / A inocência corrompeu-se / Por um prato de feijão com arroz / Eu tenho medo / Por mim e por vocês / E pelo que vem depois do fim deste mês”.

Eu também tenho medo. Ainda bem que existe a música.

Em tempo: quem me chamou a atenção para Ave Sangria, da qual eu já tinha ouvido falar vagamente, foi a sempre boa Farofafá, do Pedro Alexandre Sanches.

 

Escrevendo posts com técnicas avançadas de SEO. Se eu me lembro bem, tem que repetir o título aqui no primeiro parágrafo, por um bold, abrir umas bolatinhas. Bolotinhas. Então: Aí galera, o verão se foi, vamos nos ligar aí nos artistas que vão brilhar em 2019. Siga com confiança:

Claudinho e Bochecha: O que o rock tem a nos dizer em 2019? Funk é o futuro. Essa dupla é linda, ainda vai dar o que falar.

 

Pixies: Putz, antes de começar a falar indie pra cá, alternative pra lá, escuta Pixies.

 

Gram Parsons: Descubro, meio consternado, não é verdade isso, já há uns anos tenho acompanhado, mas uma espécie de folk é tipo celebrado, é isso mesmo, jovens gostam de folk, o que é ótimo, digamos, mas é um folk bem assim, não posso falar que é de corno, pois não é de corno, mas é triste, melancólico, sentimental, quem aguenta? Me liguei quando um disco do xxxxx ou algo parecido foi incensado, nossa, que disco ruim, e um tanto de outros artistas e bandas fazem igual, tão lento, tão imersivo, tão intenso. Então, vamos ficar ligado aqui no Gram Parsons em 2019, quem sabe o que ele vai trazer? Que surpresas nos reserva o Griveous Angel?

 

Led Zepellin: aaaaahhhh o zepelim de chumbo… Ou é o Zepplelin de chumbo? Zeppelin, zepplin.

 

Nelson Gonçalves: Superará nosso bad boy os problemas extracurriculares? heim? heim? Estamos na torcida. É esperar para ver o que nosso ébrio nos oferece em 2019.

Pérolas aos Pops 19

dezembro 31, 2018

E pra entrar em 19, Pérolas 19. Com uma velheira interessante, que até parece nova. Blue Orchids, em Get Bramah.

E duas novidades com um jeitão de velheira. She Drew the Gun, em Something for the Pain.

E a ótima On and On, de Curtis Harding, aqui em registro ao vivo.